Dwayne Hoover é um empresário bem sucedido na cidade de Midland. É dono de uma concessionária de Pontiacs, carros para a classe média estadunidense, além de muitos outros empreendimentos espalhados pela cidade. Homem de negócios que é, Dwayne parece sucumbir a uma vida particular esfacelada. Viúvo e pai de um filho gay por quem nutre repulsa, a única válvula de escape que resta é o romance às escondidas com a sua secretária até que, com os elementos químicos ruins, tem nas mãos um romance de ficção científica que o convence de ser o único ser humano no planeta. Todos os outros são robôs.
Kilgore Trout é um escritor fracassado. Escreve a mais pura ficção científica. Seus romances, contos e novelas servem para preencher revistas pornográficas, normalmente esquecidas nos fundos das bancas mais fuleiras. De repente, pelas mãos de um bilionário e seu único fã (até onde se sabe), Trout é convidado a participar de um festival de artes na cidade de Midland. Obviamente o convite só foi feito porque sabiam que havia um smoking guardado no baú para essas ocasiões. Mal sabe ele que possui o dobro de leitores que imaginava.
Café da Manhã dos Campeões foi lançado em 1973, escrito como presente de 50 anos de Kurt Vonnegut para ele mesmo. Um romance centrado em duas figuras pitorescas, mas que excede todos e quaisquer limites impostos às personagens. Às vezes semelhante a um manual de instruções para alienígenas, Vonnegut trata o homem estadunidense e sua cultura com humor ácido e um pessimismo implacável. Racismo, questões de gênero, ultraviolência, miséria, liberdade, consumo, indústria cultural, pornografia, religião e o sentido da vida são questões exploradas nos capítulos enxutos e ilustrados pelo próprio.