Xuela cresce sem mãe, morta durante o trabalho de parto; sem pai, extremamente ausente e interessado em servir de todas as maneiras possíveis os senhores de Antígua e Barbuda; e sem pátria, já que descende de uma caraíba, povo indígena dizimado na América continental e insular. O vazio que a forma transforma a sobrevivência uma luta constante, em que qualquer mínima atitude representa uma resposta à negação que a acomete por todos os lados.
Jamaica Kincaid compõe um quadro vívido, potente e imersivo de um país no Caribe dominado pelo espírito colonizador e suas mazelas. Nas pouco menos de 150 páginas, a vida de Xuela mostra-se um desafio a toda e qualquer estrutura social e moral do seu tempo.